Labirinto;




Moço, 
Você é reboliço e doce desassossego. A tênue incerteza entre o querer e o não-poder. Presença inconstante pro meu tímido afeto. Pólvora em busca de fagulha. Mas não vê? Sou calmaria, benquerença e sentir. Só trago no peito o desejo de ficar. Agora, você instalou tua impermanência e eu não tenho mais certeza de nada. E, nesse entretempo, fico tecendo o rastro dos teus beijos; sentindo os nós dos teus dedos se emaranhando nos meus cabelos; o “eu quero você” que não deveria ter sido dito. Eu sei que você não vai me notar, mas, me deixa… Talvez, eu só precise rememorar até que não sinta mais nada. Nem doçura, a tua brandura ou o nosso aconchego. O entrelaçar das mãos, o vão entre as bocas, a mudez entrecortada, o riso cúmplice, o toque terno e aquele cálido impulso de tê-lo. Talvez, eu só silencie a vontade por saber que não tem volta. 

Dentro de quem ainda não cresceu, pontuo histórias com poesia. Enquanto não é dado um fim, vou grifando o teu capítulo, amenizando os pormenores e refletindo sobre o teu (meu) caos por aqui.

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